Faxinas Internas

Vocês já se sentiram uma vontade frenética de desinfetar a casa? Colocar as coisas no lugar, Organizar a bagunça visual que vem te incomodando profundamente? Eu não sou uma "boa dona de casa". E não é por simplesmente não gostar de afazeres domésticos, assim como milhares de mulheres a fora. É por ser extremamente tolerante com a bagunça e muito condescendente comigo mesma.

Sempre encarei isso como um defeito e fui/sou muito criticada por isso.

Também me critiquei muito ao longo da vida.

Atualmente, não acho bonito, mas aceito.

Aceito que nem sempre tenho energia, disposição ou tempo para fazer o que precisa ser feito. E entre afazeres maternos, acadêmicos ou profissionais e os afazeres domésticos, este último SEMPRE fica no fim da lista.

Prioridades.

Mas estou numa jornada por autoconhecimento, autoaceitação e busca pela minha criança interior. E crianças metódicas e crianças bagunceiras, geralmente, adquirem esses rótulos muito cedo.

Desde que me entendo por gente possuo a alcunha de bagunceira.

O ponto é que, contraditóriamente, eu sou uma ótima limpadora rs

Sou perfeccionista, detalhista e observo cantinhos e defeitos que passam batido pela maioria. Meu pote de plástico nunca vai pro armário engordurado (porque se eu precisar limpar 10x com água e sabão eu limpo), as tampinhas que acendem as bocas do fogão são higienizadas por fora e por dentro. As gavetas são limpas por fora, por dentro, por detrás e por baixo, inclusive os trilhos, quando não são aqueles com graxa.

O resultado disso é que limpeza me cansa... física, mas, principalmente, mentalmente.

E entre fazer mal feito e não fazer, eu deixo pro dia seguinte esperando essa incrível disposição que às vezes demora meeeeses para surgir.

Maaaas, o título desse texto é limpeza interna e o motivo é bem popular.

Assim como já reiterado por psicólogos mundo a fora, sempre que eu preciso faxinar o meu interior, o primeiro indício que surge é de uma limpeza exterior.

Me bate o que eu chamo de "siricutico" e eu faço a revolução... às vezes em um cômodo, às vezes em um móvel, como o armário, por exemplo, ou, num "surto" mais grave, a casa inteira.

Só não queira ver como ficam as coisas se o surto passa no meio do processo rs...

Hoje me bateu um siricutico rs... coloquei minha máscara e um pano no nariz e fui atacar meus monstros internos com cloro, balde e um rodo na mão. E olha que estou no início da jornada da mentoria.

Terminando esse relato, lembrei de uma música famosa da minha adolescência que merece um post específico, mas já dando um spoiler aqui, se o cantor precisava escrever versos para "limpar seu próprio armário", eu preciso desinfetar e organizar para me encontrar no meio da bagunça que é minha cabeça e minhas emoções.